A história do coquetel Alexander

Escrito por Simon Difford

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O coquetel Alexander levava em partes iguais gin, licor creme de cacau e creme. Com o tempo, outros destilados substituíram o gin, o brandy sendo mais popular. A fórmula também gradualmente tornou-se mais alcoólica e as receitas modernas geralmente usam uma vez e meia de destilado na base. Outros licores também foram adotados no lugar do creme de cacau.

Com clara de ovo?

Em seu livro de 1937 Famous New Orleans Drinks and How to Mix 'em, Stanley Clisby Arthur escreve: "suave como creme, delicado como o orvalho e facilmente preparado, este é o Alexander. Alguns que misturam este coquetel não clara de ovo. Um erro, porque a albumina dá uma espuma e uma suavidade extra, que torna o coquetel diferente. Como todos os drinks em que a clara de ovo é usado, é preciso bater com vigor. Dê ao Alexander toda sua energia, para que ele faça jus à reputação - ele é verdadeiramente o Alexander o Grande dos drinks pela sua classe".

"Lembre-se que uma clara de ovo basta, mesmo se você estiver misturando para dois ou uma dúzia de convidados. Não seja econômico sempre que for bater um drink com clara de ovo ou creme. Bater, "brother", bater e, em seguida, bater mais um pouco para o bem do drink".

Se a adicionou ovo - algo que eu defendo - então é certamente importante para você conseguir uma emulsão, para gerar uma boa sensação na boca e bastante espuma. Assim como Stanley Clisby Arthur, defendo bater com vigor, mas eu recomendo que você use o Dry Shake (técnica de bater sem gelo) e menos graxa no cotovelo. Ele está certo quando diz "um ovo branco dará para dois ou uma dúzia de convidados", pois clara de mais é ruim, por isso um quarto da clara de um ovo médio será suficiente.

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Famous New Orleans Drinks and How to Mix 'em

Receitas

Alexander - original com gin
Alexander the Great - com vodka no lugar do gin
Alexander' Big Brother - com gin, triple sec e blue curaçao
Alexander's Sister - base de gin, com crème de menthe
Brandy Alexander - base de conhaque (Meia de Seda)
Cherry Alexander - base de vodka de baunilha, com cherry brandy
Christmas Velvet Alexander - base de gin, com advocaat e jerez fino
Hazelnut Alexander - base de conhaque, como crème de cacao e licor de avelãs.
Irish Alexander - base de conhaque, com licor Irish cream
Walnut Alexander - base de conhaque, com licor de nozes

História/origens

O Alexander original Alexander, com partes iguais de equal parts gin, crème de cacao e creme surgiu no século XX, certamente antes de 1915, evidenciado pela receita aparecer no livro de Hugo Ensslin, publicado em 1916, Recipes for Mixed Drinks

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Recipes for Mixed Drinks, 1916

O site do historiador Barry Popik's lista diversas origens plausíveis para o coquetel. A primeira foi um recorte da página 11 da seção de notícias de 3/10/1915 do Philadelphia (PA) Inquirer. "O bartender principal chegou até a inventar um coquetel Alexander, que ele está reservando para ser servido durante a World Series". Isto referia-se ao The Racquet Club e a World Series de beisebol de 1915, vencida pelo Boston sobre o Philadelphfia. O bartender criou o drink em honra do "pitcher" Grover Cleveland Alexander, do Philadelphia (1887-1950).

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Grover Cleveland Alexander

Outra versão: uma coluna de 21/031929 escrita por Walter Winchell, de Nova York, relaciona a origem do coquetel a Troy Alexander, bartender que antes da Lei Seca trabalhava em um restaurante especializado em lagosta de Nova York chamado Rector. Ele diz que Troy criou para ele o coquetel, batizando-o com seu próprio nome, durante um jantar que celebrava uma campanha publicitária bem sucedida.

O anúncio mostrava Phoebe Snow, viajante fictícia, vestindo um vestido branco como a neve. O anunciante era Delaware, Lackawanna e Western Railroad (DL & W) e o objetivo era promover o uso de antracito de queima limpa da empresa para abastecer as locomotivas.

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Os trens alimentados a carvão freqüentemente cobriam os viajantes com fuligem preta, mas a DL & W possuía vastas minas de antracito na Pensilvânia, por isso, poderia legitimamente afirmar que a roupa de seus passageiros chegaria limpa após uma longa jornada.

A primeira campanha retratava Phoebe Snow, supostamente uma jovem socialite de Nova York que freqüentemente viajava para Buffalo, vestindo um vestido branco. O texto era um poema curto, que dizia que ela sempre usava branco em suas viagens, graças ao antracito:

Says Phoebe Snow
about to go
upon a trip to Buffalo
"My gown stays white
from morn till night
Upon the Road of Anthracite"

A popular campanha apareceu pela primeira vez no final do século XX e foi veiculada por cerca de setenta anos. Phoebe tornou-se uma das mascotes publicitárias mais reconhecidas da América. O Alexander tornou-se um favorito durante a Lei Seca, já que a decoração de creme e noz moscada ajudava a disfarçar o sabor áspero do gin caseiro de banheira.

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Somente depois de duas décadas o Alexander feito com brandy apareceu e a primeira referência a ele que consegui encontrar foi de W. J. Tarling, em seu livro de 1937, Café Royal Cocktail Book - Coronation Edition.

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Café Royal Cocktail Book - Coronation Edition

Em 1946, Bill Kelly escreveu em The Rowing Bartender, na receita do Brandy Alexander: "P.S. O pessoal durante a Lei Seca usava gin."

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The Rowing Bartender Two Hemisphere Drinks For Home and Bar

A inevitável chegada do Brandy Alexander pode ter sido contida pela Lei Seca, mas ele rapidamente passou a dominar. Eu me pergunto se o interesse atual despertado no gin mais uma vez fará o Alexander original, com gin, ressurgir.

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