Rota Bacardi dos 3 ingredientes - Dry Martini

Escrito por Marcelo Sant'Iago

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Em uma parceria com a Bacardi, visitamos 19 bares para experimentar 5 coquetéis clássicos feitos com 3 ingredientes: Caipirinha, Daiquiri, Dry Martini, Espresso Martini e Scotch Highball. Veja o que descobrimos sobre o Dry Martini e conheça as receitas de 7 bartenders.

Como uma forma de incentivar os coquetéis com 3 ingredientes, fizemos uma parceria com a Bacardi para visitar alguns dos principais bares de São Paulo e "desafiamos" bartenders a preparar a versão tradicional de 5 coquetéis emblemáticos: Caipirinha (com cachaça Leblon), Daiquiri (com rum Bacardi), Dry Martini (com gin Bombay Saphire), Espresso Martini (com vodka Grey Goose) e Scotch Highball (com Dewar's blended scotch whisky).

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Comigo nessa rota estiveram Marcelo Cury e Suemi Uemura, ambos discerning drinkers frequentes nos balcões da cidade.

QUEM PARTICIPOU

Cada bartender preparou dois coquetéis dentre os 5 da lista. Visitamos os bares em data pré-agendada e com os drinks já distribuídos entre 19 bartenders. O pedido era sempre pela receita clássica, mas teve gente que acabou criando sua própria versão.

Alexandre Arruda, do Porto Luna (Caipirinha, Dry Martini)
Alexandre D'Agostino, do Apothek (Dry Martini, Scotch Highball)
Alice Guedes, do Guarita (Caipirinha, Daiquiri)
Amauri Silva, da Veridiana Jardins (Caipirinha, Daiquiri)
Chris Machado, do Seen (Caipirinha, Daiquiri)
Eduardo Tavares, do Guilhotina (Daiquiri, Espresso Martini)
Elen Souza (Daiquiri, Espresso Martini)
Felipe Leite, do Bar do Jiquitaia (Caipirinha, Daiquiri)
Gabriel Santana, do Benzina (Daiquiri, Scotch Highball)
José Ronaldo, do Sub Astor (Dry Martini, Scotch Highball)
Marcos Félix, do Olívio/Fortunato (Caipirinha, Espresso Martini)
Paulo Corghis, do Camden House (Dry Martini, Scotch Highball)
Rafael Domingues, do Frank (Caipirinha, Dry Martini)
Rafael Welbert, do Balaio IMS (Caipirinha, Daiquiri)
Rodolfo Bob (Espresso Martini, Scotch Highball)
Rogério Frajola, do Sylvester (Daiquiri, Dry Martini)
Thiago Pereira, do Tessen (Dry Martini, Espresso Martini)
Zulu, do Candeeiro (Daiquiri, Scotch Highball)

Lembrando que não é um campeonato, nem fizemos um ranking. A única regra era respeitar os 3 ingredientes. Uma mistura de ingredientes preparada com antecedência foi considerada como um único ingrediente. Assim, tomamos drinks com vermute infusionado, com blend de café e outras combinações, todas igualmente deliciosas. As receitas serão apresentadas em ordem alfabética pelo nome de cada bartender.

DRY MARTINI

Talvez o mais famoso dos coquetéis, o Dry Martini tem autor desconhecido, mas sua origem data do século XIX.

O coquetel Martini nasceu doce e, com o passar dos anos e a popularização do gin estilo London Dry e do vermute seco, ele foi "secando". No início do século XX, a Martini&Rossi começou a promover seu novo vermute seco com o tema "Não é um Martini se não usar Martini".

O Martini vem de uma família de coquetéis que inclui o Martinez (que por sua vez descende do Manhattan), Bradford a la Martini, Marguerite, Olivette, Crisp Cocktail, entre outros.

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A primeira menção a um coquetel chamado Dry Martini é em um livro francês de coquetelaria, publicado em 1903. Apesar da fórmula simples (gin, vermute seco e bitters), as proporções de gin para vermute variam muito, desde 1:1 até 15:1, que era a preferida do general inglês Montgomery, comandante das tropas aliadas na Segunda Guerra Mundial. Com o tradicional humor britânico, ele dizia que essa proporção era a mesma que ele gostava de ver entre suas tropas e as do inimigo.

Algumas formulações incluem o vermute apenas na hora de gelar o copo misturador e outros apenas lavam a taça com ele. Churchill preferia o seu apenas com gin gelado diluído. Reza a lenda que a garrafa de vermute era deixada ao lado, com o rótulo virado para França. O 31o. presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, tomava com 2 azeitonas, daí o Dry Martini nesse estilo ser conhecido como...Roosevelt Martini, claro. Sinatra tomava o seu on the rocks, enquanto dava uma canja no American Bar do Hotel Savoy, em Londres.

O Dry Martini é um coquetel muito pessoal, mas algumas regras são imutáveis: "é preciso muita atenção na hora de mexer o coquetel, para atingir o ponto de equilíbrio perfeito" ressaltou Suemi Uemura. Marcelo Cury concordou, dizendo "sem dúvida, talvez mais que em qualquer outro coquetel, temperatura e diluição são fundamentais". Eu, quando preparo o meu, presto atenção no momento em que a mistura começa a gelar e desprender o aroma combinado do gin e vermute. Essa é a hora de experimentar, para verificar o equilíbrio e temperatura.

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Em nossa rota, a variação de proporções ficou muito evidente, como era de se esperar. Boa parte não usou bitters e fez um coquetel com apenas dois ingredientes.

Frajola fez o seu com um surpreendente vermute com infusão de figo. Thiago Pereira, no melhor estilo Salvatore Calabrese, usou apenas spray de vermute, o que deixa o drink bastante seco. José Ronaldo optou por uma variação do Dirty Martini; Paulo Corghis apenas "lava" o copo misturador com vermute enquanto mexe para gelar e o descarta em seguida.

Ao final, nosso veredicto foi o mesmo do escritor/humorista/cartunista/jornalista/dramaturgo James Thurber: "One Martini is all right. Two are too many, and three are not enough"

RECEITAS

Alexandre Arruda, do Porto Luna
"Sem bitter, mas com azeitona extra"
75ml gin Bombay Saphire
15ml vermute seco Noilly Prat
2 Azeitonas

Alexandre D'Agostino, do Apothek Cocktails
"Versão clássica 5:1, bem suave"
75ml gin Bombay Saphire
15ml vermute seco Noilly Prat
1 dash orange bitters
1 Azeitona siciliana

Elen Souza
"Proporção 7:1, receita clássica de 1908, com orange bitters, é a mais adequada ao paladar brasileiro. Twist de siciliano dá refrescância”
75ml gin gin Bombay Saphire
10ml Vermute seco Noilly Prat
2 dashes orange bitters
Twist de limão siciliano

José Ronaldo, do Sub Astor
“Salgado, sabor leve de amêndoas”
60ml gin Bombay Saphire
20ml jerez Tio Pepe fino
3 bailarinas de salmoura de azeitona
Twist de limão siciliano para extrair óleos essenciais

Paulo Corghis, do Camden House
"6:1 é minha proporção preferida”
90ml gin Bombay Saphire
15ml vermute seco Noilly Prat (lava o mixing glass antes de mexer e depois descarta)

Rogério Frajola, do Sylvester
"O figo traz um sabor surpreendente ao coquetel"
50ml gin Bombay Saphire
30ml vermute seco Noilly Prat com infusão de figo
Cunha de figo no palito para decorar

Thiago Pereira, do Nakka Jardins
“Martini bem seco, mais contemporâneo, com toques asiáticos”
80ml gin Bombay Saphire
5ml Spray de shisô, noilly prat, azeite trufado
Twist de Limão Taiti para extrair óleos essenciais e descarta em seguida
Folha de shisô como guarnição

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