Words by Difford's Guide. Video by Alicja Rymarowicz
Originally from: Nitra, Slovakia
Profession: Bartender
At: London
Vencedor do World Class 2010 e o décimo head bartender do lendário American Bar do Savoy Hotel, Erik Lorincz está pronto para começar um novo capítulo em sua carreira, agora como dono de seu próprio bar na região central de Londres.
Tendo passado a infância e juventude no oeste da Eslováquia, na cultura resoluta de beber cerveja de sua cidade natal, Nitra, Erik Lorincz dificilmente poderia ter previsto que um dia ele seria um dos bartenders mais conhecidos do mundo.
Sua técnica precisa de inspiração japonesa e teatralidade são renomadas, enquanto sua criatividade e talento para produzir drinks - tanto simples quanto moleculares - é cada dia mais famosa internacionalmente.
Mesmo quando ele começou a trabalhar em um pub local em 1998, Erik simplesmente não servia cerveja: “Nós servíamos a melhor cerveja em Nitra e eu aprendi a tratar a cerveja corretamente e não apenas no serviço: quando trocávamos cada barril, limpávamos as serpentinas com pequenas bolas de esponja".
“Cada frequentador tinha seu próprio copo e alguns deles chegavam como um relógio todos os dias. Eu tinha seu copo pronto, esperando por eles".
Foi enquanto ele estava trabalhando naquele pub que Erik comprou um livro de coquetéis para o bar. “Havia apenas bares de cerveja em Nitra, mas começamos a praticar e fazer coquetéis. Era de um escritor alemão e tinha 900 coquetéis - lembro-me de um chamado Mexican Roulette. Eu não tenho certeza se era com tequila".
O representante local de destilados ajudou Erik a criar uma seleção de destilados meio que decente e o incentivou ainda mais, presenteando o jovem Erik com outro livro de coquetéis. Na última página estava um anúncio da R.U. Shop, escola de coquetelaria em Praga. Um pouco cético, pois ele já havia conversado com uma escola de coquetéis que prometia um "International Bartending Certificate" em apenas alguns dias, Erik ligou para a escola e ficou satisfeito ao saber que se tratava de um curso de três meses.
"Meus pais pensaram que eu era louco", diz ele. “Não há bares de coquetéis em Nitra”, disseram. O que você vai fazer quando terminar?”
Levou mais um ano para Erik economizar dinheiro suficiente: armado apenas com uma mochila, um mapa de Praga e parecendo qualquer outro estudante com cabelos na altura dos ombros, embarcou em uma viagem de ônibus de 400 quilômetros para estudar coquetelaria.
“No primeiro dia, o professor me deu seu livro. Ele me disse que depois de três meses eu teria suas 240 receitas na minha cabeça. Fizemos alguns clássicos, um Rob Roy, eu acho, talvez um Manhattan e alguns outros. Eu lembro que não conseguia abrir minha coqueteleira. No dia seguinte, ele nos pediu para repetir as receitas. Eu estava completamente perdido e percebi que tinha que levar seu livro a sério. Eu pegava no sono lendo-o e acordava com meu rosto nele".
Erik foi o único de sua classe aprovado nos exames finais: “O único erro que cometi foi não ter feito um upsell de vodka. Fiquei muito próximo de uma nota perfeita”.
Seu primeiro trabalho em um bar foi em Praga. Erik era bar-back, mas sussurrava receitas de coquetel para o bartender, enquanto lavava os copos. "Ele perguntava Erik, Mai Tai? " e eu falava a receita para ele preparar". Ao longo de três anos, ele aperfeiçoou suas habilidades, trabalhando em festas extravagantes em busca de dinheiro extra e cumprindo seu serviço militar obrigatório também. Durante o seu trabalho como bartender, ele entrou em contato com um número crescente de falantes de inglês. Um turista americano mencionou um hotel em Londres, chamado Sanderson, e Erik ficou intrigado com o tal Long Bar.
Mais uma vez, armado apenas com um mapa e uma passagem de ônibus, agora com 24 anos, ele foi para a Inglaterra e matriculou-se na escola de idiomas por seis meses. Enquanto isso, começou a visitar os bares que havia marcado em seu mapa. Ele não conseguia achar um deles, mas, uma noite, perambulando pela Kingly Street, no Soho, descobriu-o quando viu uma fila de pessoas glamourosas nos arredores do Attica, então o ponto noturno mais quente de Londres.
Erik ficou chocado com a taxa de entrada de 20 libras, mas ele e seu amigo acabaram por pagar £15 cada. “Nós entramos, havia um bar enorme e fiquei impressionado. Eu não sabia que era o local da moda na época. Imediatamente comecei a procurar o gerente do bar e, no meu inglês ainda sofrível, disse-lhe que estava procurando emprego. Ele falou para voltar no dia seguinte e pensei "bem, foi fácil, sem entrevista! Eu nem sabia falar inglês direito".
No dia seguinte, Erik, já um bartender experiente, começou como bus boy, varrendo o chão e arrumando as mesas, enquanto secretamente testava as habilidades de seus colegas bartenders. “Eu segurava uma garrafa de Southern Comfort e perguntava o que era. Os bartenders pegavam, olhavam para o rótulo e liam o nome de volta para mim. Eu soube naquele momento que eu seria capaz de vencer como bartender. Pensei comigo: "Vou engolir vocês".
De bus boy ele passou a bar-back, depois chefe dos bar-backs. Mas, depois de um ano e meio, nada mais aconteceu. Preocupado com estagnação, procurou seu chefe, que o levou para uma estação atrás do bar. Ele finalmente era um bartender novamente, embora com a pior estação, escondida atrás de um pilar.
No dia seguinte, o gerente do bar reuniu os bartenders para falar sobre o desempenho da noite anterior. A estação de Erik, apesar de estar atrás do pilar, havia rendido 5 mil libras, mais de 2 mil libras além do que seus colegas mais experientes, com melhores estações. Na noite seguinte, ele foi colocado na melhor estação, no meio do bar e rapidamente foi alçado para posição de head bartender.
Depois de algum tempo, o Attica começou a ver o movimento despencar a ponto de considerar o fechamento. Erik, cansado de servir infinitamente vodka com Red Bull, pediu demissão e começou no Nozomi, um restaurante japonês em Beauchamp Place, em Knightsbridge. Foi lá que começou realmente a aperfeiçoar suas habilidades como bartender: pela primeira vez recebeu total responsabilidade para criar uma carta de coquetéis e aprendeu a esculpir gelo.
“Comecei a trabalhar com infusões, sake e realmente passei a me envolver com mixologia. Até que uma dia fui com um amigo para Tóquio. Era exatamente o que eu estava procurando. Finalmente descobri que elegância e finesse poderiam fazer parte da profissão de bartender. Foi inacreditável: não era apenas sobre coquetéis. Na verdade, os drinks eram relativamente simples, mas o serviço dava a sensação de que você estava em um hotel cinco estrelas. Mesmo se você pedisse água, era uma cerimônia real, um ritual. Eu me lembro de passar quatro horas no Tender Bar, apenas observando Kauzo Ueda fazer drinks, assistir seu Hard Shake e como mexia coquetéis sem quase mover os dedos. Um teatro inacreditável”.
De volta a Londres e tendo trabalhado em um pub, um bar de coquetéis, um clube e agora um restaurante, Erik imaginou que precisava de alguma experiência em hotel. Então ele foi para o Sanderson, do qual tinha ouvido falar tanto na Eslováquia, e conseguiu um trabalho no Purple Bar.
“Eu na verdade não fiquei impressionado com o Long Bar, mas quando entrei no Purple Bar, lembrei-me do Japão. Comecei a polir minhas técnicas, fazendo isso como um artista. Eu não estava apenas fazendo os drinks, mas pensando em como atrair pessoas para beber. Com as pessoas realmente observando como você faz o coquetel, percebi que estava no palco”.
Nos dois anos seguintes, Erik começou a atrair mais a atenção da indústria. Ele começou a participar de competições e foi finalista nacional dos prêmios da revista Theme Magazine e da CLASS, em 2008. E foi aí que o showman realmente começou a aparecer. Vestindo roupas vistosas e muitas vezes transportando equipamentos elaborados - inclusive gelo - mundo afora, ele se diferenciava dos outros competidores.
Eric então trabalhou com Agostino Perrone no The Connaught Hotel: “Assim que entrei, pensei 'eu amo esse lugar', mas esperei até que Ago tivesse assinado seu contrato antes de eu aceitar a proposta também. O Connaught não queria criar um bar clássico, mas algo moderno, usando técnicas no estilo de Heston Blumenthal. Mas, eu me lembro que criamos o menu de coquetéis em uma sala sem janelas e sem ar condicionado, definitivamente nada glamoroso!”
Do Connaught Erik então tornou-se Head Bartender no American Bar, logo na reabertura do Savoy Hotel em outubro de 2010, após uma grande reforma.
Agora, depois de sete anos e meio, período em que o American Bar acumulou prêmio e tornou-se o melhor bar do mundo no prêmio 50 Best Bars em 2017, estamos ansiosos para ver quais surpresas Erik nos reserva no próximo capítulo de sua carreira.
All editorial and photography on this website is copyright protected
© Odd Firm of Sin 2025