Escrito por Simon Difford
O Sidecar é um coquetel clássico feito com conhaque, licor de laranja triple sec e suco de limão siciliano. Normalmente ele é um pouco ácido e vem servido em um copo com açúcar na borda, para compensar. No entanto, bartenders modernos vem abdicando da borda com açúcar e ajustando a acidez, em busca do equilíbrio, com a adição de um traço de xarope de açúcar ou outro adoçante.
As proporções da receita são tão debatidas quanto sua origem. Mais pela facilidade do que pelo equilíbrio, a fórmula de partes iguais (1 brandy, 1 triple sec e 1 suco de limão siciliano) estava nas primeiras receitas publicada (Harry McElhone, 1919, em ABC of Cocktails e Robert Vermeire, 1922, em Cocktails: How to Mix Them) e segue popular até hoje.
Em seu livro de 1948 Fine Art of Mixing Drinks, David A. Embury escreve que o Sidecar de partes iguais "é o maior exemplo de um drink magnífico que deu errado". Ele argumenta que "um Sidecar é essencialmente nada mais que um Daiquiri com brandy no lugar do rum e Cointreau no lugar do xarope simples". Por isso, continua ele, "a fórmula utilizada deveria ser a do Daiquiri (2 brandy, 1/2 triple sec e 1/4 suco de limão siciliano)". Na minha opinião, isto pode funcionar no Daiquiri, mas dá um Sidecar extremamente seco.
Em 1930, no seu The Savoy Cocktail Book, Harry Craddock pede 2 brandy, 1 Cointreau e 1 suco de limão siciliano.
A versão de MacElhone e Vermeire, com partes iguais, é considerada por alguns como parte da "Escola Francesa", enquanto a do Savoy com 2:1:1 é considerada da "Escola Inglesa" de coquetelaria. Minha receita de Sidecar está no meio do caminho entre as duas. Eu também acredito que o coquetel se beneficia com um traço Pineau des Charentes ou xarope simples, para ajudar a equilibrar o cítrico e, dependendo do gelo utilizado, uma pequena diluição extra.
Houve períodos em que era moda revestir com açúcar a borda do copo em que o drink é servido. A referência escrita mais antiga disto é de 1934. Felizmente, as bordas com açúcar estão agora fora de moda e, como Embury escreve em seu livro, "torcer uma casca de limão para borrifar óleos pode ser usado e jogue-a no drink em seguida"
Em Fine Art of Mixing Drinks (1948), David A. Embury escreve sobre a origem do Sidecar: "Foi inventado por um amigo meu, em um bar em Paris, durante a Primeira Guerra Mundial. O nome vem do "sidecar" da motocicleta em que o bom capitão habitualmente era levado para o pequeno bistrô, onde o drink nasceu e foi batizado ".
Embury não diz o nome do bar, mas é comumente aceito que é o Harry's New York Bar e que o coquetel foi criado pelo seu proprietário, Harry MacElhone. No entanto, nas primeiras edições (1919 e 1922) de ABC of Cocktails o próprio Harry atribui o drink a Pat MacGarry, "o popular bar-tender do Buck's Club, Londres". Mas, em edições posteriores, ele assume o crédito pela criação.
Em seu Cocktails How To Mix Them (1922), Robert Vermeire escreve: "este coquetel é muito popular na França. Foi introduzido em Londres por McGarry, "o celebrado bar-tender do Buck's Club".
Assim como outros coquetéis clássicos, possivelmente nunca saberemos exatamente quem criou e batizou o Sidecar. Mas parece ter origens parisienses e ter sido popularizado por McGarry, no Buck's Club de Londres.
Sidecar Cocktail (receita Difford) - clássico com um toque de Pineau des Charentes.
Biblical Sidecar - apimentado e com ares natalinos.
Biggles Sidecar - com licor de gengibre.
Chelsea Sidecar - base de gin.
Chocolate Sidecar - com crème de cacao e vinho do porto.
Eastern Raspberry Sidecar - com sake e framboesas frescas.
Gennaros Sidecar - com limoncello.
Grand Sidecar - versão Difford com 2 ingredientes.
Lady's Sidecar - com suco de laranja e de imão siciliano.
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